A enxaqueca é uma doença determinada por genes, que provoca alterações químicas em áreas cerebrais que gerenciam a nossa percepção de dor. Trata-se de uma doença benigna, e está presente em torno de 12% das crianças e 17% dos adultos em todo o mundo.
Porém, apesar da causa ser genética, existem numerosos factores que desencadeiam as crises, entre os principais: emoções (negativas ou positivas), odores, alimentos (chocolate, queijos, derivados do leite em geral e embutidos), luminosidade em excesso, privação ou excesso de sono e a menstruação.
A enxaqueca e a mulher
As estatísticas novamente não mentem. A mulher é a que mais sofre com esta doença no mundo. Segundo pesquisa, cerca de 75% das pessoas que têm a doença são mulheres, sendo as hormonas as maiores culpadas.
Os factores hormonais têm um papel importante nesta questão. Na infância, antes da puberdade, a prevalência da enxaqueca é muito semelhante entre rapazes e raparigas, tendendo até mesmo a uma pequena vantagem dos rapazes. Após os 10 anos de idade, as mulheres progressivamente são mais susceptiveis à enxaqueca. Na idade adulta temos praticamente uma razão de três mulheres para um homem.
Por causa das variações hormonais pelas quais passa ao longo do seu ciclo menstrual, sobretudo a queda na produção dos estrogénios que ocorre às vésperas da menstruação, a mulher tem mais hipóteses de sofrer dessa doença. Prova disso é que a enxaqueca tende a "dar uma folga" na gestação, quando a produção dessa hormona é estável, ou desaparecer por ocasião da menopausa, quando cessam a sua produção.
Correr, um optimo remédio
A actividade física pode ajudar a diminuir os sintomas. A corrida, praticada com regularidade, ajuda muito a diminuir os sintomas da doença. Entrevistaram 1230 pessoas e aquelas que praticavam actividade física aeróbica regular (pelo menos 3 vezes por semana) tinham menos crises de cefaléia (termo médico usado para designar dor de cabeça).
Outro factor muito interessante da corrida é que ela é um excelente modo de aprender a lidar com o stress e a frustração do dia-a-dia. Ter um treino regular, um objectivo a ser cumprido ajuda no nosso preparo para as dificuldades da nossa vida. Quando conseguimos completar uma corrida que planejamos, temos uma enorme satisfação interna e, consequentemente, a valorização do nosso esforço pessoal.
O hábito saudável, aliado à prática do desporto, é um remédio natural para o combate da doença. A actividade física regular é recomendada para todos que têm enxaqueca, pois as evidências científicas indicam que estimula a produção de endorfina, analgésico natural produzido pelo nosso cérebro, que combate a enxaqueca. As pesquisas mostram que pessoas sedentárias e que abusam de analgésicos tendem a sofrer mais com a doença, pois o cérebro, além de produzir pouca ou nenhuma endorfina, percebe que o indivíduo já está a exagerar no uso do medicamento e, com isso, para de produzir este analgésico natural.
Durante as crises de enxaqueca, o melhor mesmo é o repouso. A corrida serve mais como prevenção às dores decorrentes da enxaqueca. Na hora da crise, ao contrário, o indivíduo deve optar pelo mínimo esforço, já que, por se tratar de uma dor de carácter vascular, qualquer actividade pode agravar o incomodo.
Amanhã falarei sobre alimentos que podem evitar a enxaqueca. Resolvi falar sobre isto hoje porque uma pessoa muito especial para mim, detentora de montes de medalhas em atletismo sofre muito de enxaquecas. E sendo uma doença muito comum poderei ajudar muita gente. Obrigado por lerem.
Sem comentários:
Enviar um comentário